domingo, 4 de julho de 2010

Quem matou Jesus?

Um assassinato cometido há 2 mil anos ainda hoje provoca polêmica. Saiba quem são os acusados por esse crime e por que ele gerou um banho de sangue que durou milênios.

É uma história que ainda hoje impressiona. Na distante Hollywood, um ator milionário decidiu patrocinar uma superprodução sobre a vida de Jesus. Não era um filme qualquer: ele deveria ser fiel à visão tradicionalista do Evangelho e mostrar o sofrimento da crucificação em todos os detalhes. Além disso, precisava ser em aramaico e latim, línguas faladas na Judéia do século 1. A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, recuperou seu investimento na primeira semana de exibição – um sucesso capaz de mudar os rumos da indústria de cinema. No mundo todo, pessoas de várias idades compraram ingresso para ver algumas das cenas mais violentas já mostradas nos cinemas. Algumas saíam do filme em êxtase. Enquanto isso, a comunidade judaica protestava, acusando a obra de anti-semitismo. Para o diretor, o que estava ali eram apenas as palavras do Evangelho.

Goste-se ou não do filme, deve-se admitir que ele gerou polêmica como poucos. Mas por que a história impressiona tanta gente, a ponto de ter sido mencionada em todos os canais de televisão, mesas de bar, jornais e revistas (inclusive esta)? O problema tem dois lados. Primeiro, quem realmente matou Jesus? Segundo, qual a importância dessa resposta? A descrição da Paixão não é um trecho qualquer do Novo Testamento. Quando vemos a forma como essa morte foi interpretada ao longo da história, conseguimos entender não só por que a comunidade judaica se preocupa tanto com o assunto, como também por que todos devemos ter uma explicação para ele. Qual é, afinal, o crime? Por que um povo inteiro recebeu o castigo?



Para a maioria dos cristãos, a crucificação é o episódio mais importante da vida de Jesus. Conforme diz a Bíblia, foi ela que trouxe a todos os seres humanos o perdão pelos seus pecados. Também mostrou que existe um tipo de vida além desta aqui na Terra – o que ficou provado quando, segundo os Evangelhos, Jesus ressuscitou dois dias depois.

Para os historiadores, a crucificação também é o episódio mais importante: é o único ponto da história de Jesus que podemos dar como certo. Mesmo que os Evangelhos não existissem, saberíamos dela por dois autores que não eram cristãos: o historiador judeu Flávio Josefo e o romano Cornélio Tácito. Ambos dizem que Jesus existiu, teve seguidores e foi crucificado por sentença de Pôncio Pilatos, o procurador romano da região. Josefo acrescenta que ele havia sido acusado "pelos homens mais influentes entre nós", ou seja, pela elite judaica. Mas as informações que eles trazem param por aí.

Segundo os Evangelhos, na Jerusalém do século 1, Jesus de Nazaré é acusado de blasfêmia por se declarar Filho de Deus. Os líderes judeus o enviam ao procurador romano Pôncio Pilatos, com a recomendação de que fosse executado. Pilatos não vê por que matar um homem que parece inocente. Oferece um criminoso, Barrabás, para ser crucificado em seu lugar, mas não adianta: implacável, o povo pede que soltem o bandido. Pilatos sai de mãos limpas. E Jesus recebe a crucificação.

Essa morte, tão importante para religiosos e historiadores, não foi um acidente. Alguém matou Jesus, e faz sentido querer saber quem foi. É aí que o problema começa. Josefo e Tácito escreveram suas obras décadas depois dessa morte e não viram o episódio. A mesma coisa ocorre com os discípulos de Jesus. "Os cristãos não acompanharam o julgamento. Eles já tinham fugido quando seu messias foi capturado", diz o historiador Gabriele Cornelli, da Universidade Metodista de São Paulo. Nada foi registrado pela elite sacerdotal ou pelo poder romano – Jesus era insignificante para eles.

De onde saíram então os relatos presentes nos Evangelhos? Segundo alguns pesquisadores, das profecias judaicas e da tentativa dos cristãos de confirmar Jesus como o messias. "Não vejo razão alguma para aceitar o que os Evangelhos falam sobre esses julgamentos como verdade histórica", afirmou à Super o historiador John Dominic Crossan, da Universidade DePaul, em Boston, Estados Unidos, um dos mais respeitados estudiosos do assunto. Para Crossan, tudo não passa de reciclagem: textos do Velho Testamento, escritos séculos antes da crucificação, teriam sido mastigados pelos evangelistas para dar uma aura de nobreza à morte de Jesus. Um deles seria o verso do Salmo 2 que diz: "Insurgem-se os reis da Terra, e os príncipes conspiram unidos contra o Senhor e seu messias". Essas palavras teriam inspirado os evangelistas a escrever que seu mestre só foi morto depois de ter passado por julgamentos com as maiores autoridades disponíveis em Jerusalém. Tal privilégio seria improvável no julgamento de um pregador camponês desconhecido na cidade.

Mas, afinal, quem o matou? Acompanhe a seguir o que sabem os historiadores, a partir dos quatro principais suspeitos: os sacerdotes judeus, os romanos, os judeus e o próprio Jesus.



A elite judaica

Tanto pelo relato de Josefo quanto pelos Evangelhos, sabemos que Jesus foi levado ao imperador por ordem das autoridades judaicas. Mas por que eles se preocupavam tanto com um homem desarmado e pacifista? O que ele fez para ser morto com uma brutalidade no mínimo próxima da que aparece no filme de Mel Gibson?

O problema é que a atitude de Jesus em seus primeiros dias na cidade não foi exatamente pacífica. O episódio – que, para a maioria dos historiadores, pode mesmo ter acontecido – está nos Evangelhos: numa visita ao Templo de Jerusalém, o coração religioso da Judéia, Jesus expulsa furiosamente os vendedores de animais e comerciantes instalados nos arredores. "Não façam da casa de meu Pai um mercado!", bradava.

Não foi um simples rapa nos camelôs. Os comerciantes faziam parte da estrutura de arrecadação do Templo. Seus animais eram vendidos para sacrifícios a preços inflacionados: os sacerdotes só aceitavam pombos e bodes "puros", justamente os comercializados lá mesmo. E os cambistas trocavam as várias moedas que os visitantes traziam pela única aceita pelo Templo, o shekel. Esse dinheiro, junto com os impostos anuais que os sacerdotes cobravam de todo judeu adulto, faziam do Templo mais do que uma igreja. Na prática, ele era o Banco Central da Judéia. Chegava a empregar 18 mil homens em seu processo interminável de reconstrução e guardava fortunas.

Era nesse vespeiro que Jesus estava mexendo. Para quem, como ele, pregava uma sociedade igualitária, baseada na ajuda mútua e na distribuição de bens, a lambança orçamentária do Templo simbolizava tudo o que o nazareno sempre combateu. Sua atitude não podia ser mais coerente. E planejada: Jerusalém festejava a Páscoa, o aniversário da fuga do Egito liderada por Moisés 1 400 anos antes. Nessas comemorações, o Templo recebia entre 200 mil e 300 mil visitantes de toda a Judéia. "Era a época mais propícia para levantes", diz o historiador André Chevitarese, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Não tinha como a atitude de Jesus não chamar a atenção dos responsáveis pelo Templo. Eles o prendem, o acusam de ter dito que destruiria o Templo – falsamente, segundo os Evangelhos – e o condenam à morte com a desculpa de que o nazareno insistia em se afirmar como messias durante o interrogatório. Executado, o agitador seria mais um a servir de exemplo de que não se deve mexer com essa elite. "Mas o direito de aplicar a pena de morte tornara-se exclusividade dos romanos", diz a historiadora Norma Mendes, da UFRJ. Diante dessa limitação, os chefes religiosos tinham só uma saída: entregar Jesus ao poder romano, mas com a recomendação que já conhecemos.



Os romanos

Ao aceitar a determinação para executar Jesus, os romanos só estavam fazendo aquilo que sabiam melhor. Matar? Não, manter a estabilidade do Império. "Como as legiões não podiam dar conta de duas ou três grandes rebeliões ao mesmo tempo, Roma governava em conluio com as elites locais", diz André Chevitarese. Tanto os sacerdotes quanto Herodes Antipas, empossado pelo Império para governar a periferia da Judéia, podiam coletar impostos para si, desde que mantivessem o povo satisfeito com os romanos e dessem ao César parte da arrecadação.

Então Pilatos não teria por que pensar duas vezes antes de executar um desconhecido a pedido dos judeus. O fato de o acusado ser ou não inocente não teria importância. Seu dever era evitar atritos com os líderes judaicos, garantindo que nada atrapalhasse o fluxo de impostos para a capital.

Se driblar problemas com a elite era a chave da dominação, eliminar qualquer ameaça de revolta popular era a essência. Nesse regime, agitadores como Jesus não duravam muito. Os romanos tinham ali um líder que, de acordo com os sacerdotes, se dizia maior que Moisés e se anunciava como Rei dos Judeus. "Era um discurso explosivo. Não podia ser visto apenas no sentido religioso, a que eles não davam a mínima, mas também no político", diz André.

Por que, então, o procurador romano aparece na Bíblia preocupado em defender a inocência do acusado? "O que está em jogo ali é a absolvição de Pilatos", afirma o historiador Edgar Leite, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ).

As primeiras "biografias oficiais" de Jesus foram escritas bem depois de sua morte, e por autores que nunca viram o nazareno (veja quadro na página 45). Alguns historiadores acreditam que um dos documentos que podem ter inspirado o Novo Testamento – conhecido como o Evangelho de Pedro –, foi escrito na década de 40, dez anos depois da crucificação. Era outro cenário, que influenciaria para sempre a imagem de Pilatos nos textos canônicos.

No ano 39, Calígula assume o trono em Roma. Insano e vaidoso, exigiu que o governador romano da Síria, Petrônio, instalasse uma estátua dele em pleno Templo de Jerusalém. Para evitar a profanação, milhares de judeus ameaçaram barrar as tropas romanas com seus próprios corpos. Petrônio então sucumbiu: disse que arriscaria sua vida, mas não cumpriria a ordem. Virou um santo vivo para os judeus. Nessa breve lua-de-mel romano-judaica seria escrito o Evangelho de Pedro. "Nesse livro, Pilatos é igual a Petrônio. Ele parece inocente e até a favor de Jesus", afirma Crossan.

Há ainda outra razão: as fronteiras do Império, àquela altura, se estendiam por quase todo o mundo conhecido até então, da Grã-Bretanha ao Oriente Médio. Todo tipo de gente estava sob o poder romano. O afago em Pilatos seria uma espécie de propaganda cristã que tornava a seita palatável ao mundo romanizado. Responsabilizar um romano pela morte de Cristo não ajudaria nada nesse objetivo.



O povo judeu

O Pilatos que está na Bíblia propõe que os judeus escolham entre soltar Cristo ou um bandido, Barrabás. A multidão escolhe pelo fora-da-lei. Diante disso, qualquer leitor é levado a concluir que não foram nem Roma nem as elites judaicas as responsáveis pela morte de Jesus, mas sim "o povo judeu".

O episódio é tido como um dos menos verossímeis do Novo Testamento. "Não existe nenhum outro caso conhecido em que um procurador romano fosse ouvir o que a população achava. Ainda mais se esse povo nem romano era. Aquilo tudo parece ter sido criado contra os judeus", diz o historiador Pedro Paulo Funari, da Unicamp. Mas, se os cristãos eram judeus, por que agir contra o próprio povo?

A história está no mais antigo dos Evangelhos canônicos, o de Marcos, escrito por volta de 70 d.C., quando os judeus estavam no fim de uma guerra contra os romanos. Um grupo violento tomava as rédeas pelo lado judeu: os zelotes, que tinham o apoio da maior parte da população. Para os historiadores, é desse cenário posterior que sairia o "zelote" Barrabás – um homicida cheio de popularidade, preso em uma rebelião contra Roma. Ao romantizar a escolha do povo pelo rebelde, Marcos simbolizaria a preferência dos judeus pela luta armada em vez da salvação pacífica, figurada em Jesus.

Segundo o Evangelho de Mateus, ao escolher Barrabás, a multidão grita: "Que o Seu sangue caia sobre nós e sobre os nossos filhos!" Era a tentativa de dar um ar profético à morte. Em 70, quando acaba a guerra com os romanos, a elite judaica havia deixado de existir, o Templo está destruído e mais de 1 milhão de judeus, mortos. Para os cristãos, que não se engajaram na guerra, era como se Deus tivesse penalizado os judeus pela morte de Jesus.



Jesus Cristo

Não podemos descartar um quarto suspeito para a morte de Jesus: o próprio. A possibilidade de que ele acabasse morto após mostrar o que pensava em pleno Templo de Jerusalém era real. Além do mais, o homem tido como seu mestre, João Batista (veja o quadro ao lado), já tinha sido executado na Galiléia, por ordem de Herodes. Então fica a pergunta: Jesus esperava sobreviver às autoridades ainda mais poderosas da capital? Ou ele de fato queria virar um mártir?

"Jesus sabia que suas atitudes eram perigosas. Não era preciso um dom profético para saber que ele poderia ser martirizado, o que não significa que ele planejou ou quis isso", afirma Crossan. Nos Evangelhos, Cristo tem esse dom, claro, mas os próprios textos canônicos discordam quanto à sua reação diante da morte iminente. Em Marcos, ele é um messias indeciso, que se atira no chão pedindo "Pai, afasta de mim esse cálice [o sofrimento]" enquanto espera pelos soldados que, sabia ele, Judas traria para capturá-lo. Mas em João ele está por cima: acalma seus discípulos e aguarda a prisão com uma serenidade mais divina que humana. A história não tem como desvendar o que se passava na cabeça de Jesus quando ele resolveu desafiar os poderes de seu tempo. Só uma coisa não dá para discutir: deu certo.

Marcos, Mateus, Lucas e João nunca escreveram um Evangelho. As obras que levam esses nomes foram escritas por autores desconhecidos, quando esses personagens já estavam mortos. "O objetivo desses textos era servir de modelo para que os primeiros cristãos soubessem como agir quando eles próprios fossem interrogados por sacerdotes ou por romanos", diz John Dominic Crossan, da Universidade DePaul, nos Estados Unidos. Entre as centenas de textos escritos pelos cristãos da época, a maioria desaparecida hoje, esses foram os únicos a serem aceitos pela Igreja oficial. Os estudiosos concordam que Marcos é o mais antigo – feito em torno de 70. Os autores de Mateus e Lucas, compostos entre 80 e 90, fizeram seus Evangelhos com os textos de Marcos na cabeceira: o primeiro é idêntico a ele em 90%; o segundo, em 50%. João, segundo mostrou o estilo da escrita, teria sido redigido em torno de 125 e é considerado totalmente independente de Marcos para alguns historiadores e parcialmente para outros. Seja como for, sua narrativa apresenta um Jesus mais divino, que traduz teologicamente todos os seus atos, como dizer "eu sou o pão da vida" para ilustrar o milagre da multiplicação dos pães. Além desses, existem os chamados Evangelhos apócrifos (da palavra grega para "escondidos"), que não entraram no Novo Testamento: há o Evangelho de Tomé, o de Felipe, o de Barnabé, o "secreto de Marcos", entre outros. Os mais esotéricos chegam a mostrar o menino Jesus como um "Superboy", um garoto aprendendo a lidar com seus superpoderes. Mas há apócrifos respeitados, como o Evangelho de Pedro, que é bem parecido com os oficiais. Para a maior parte dos historiadores, ele foi escrito no século 2. Mas para outros ele pode vir da década de 40 e ter sido uma das bases para o Evangelho de Marcos, servindo de modelo também para os outros três.

Poucas pessoas conhecem essa parte da história, mas no ano 63, quando a crucificação já havia feito 30 anos, as autoridades judaicas prenderam novamente Jesus, acusado de causar desordem em uma festa da região. Tentaram silenciá-lo com açoitamentos e, preocupados que pudessem considerá-lo o profeta de Deus, enviaram-no ao governador romano, que lhe aplicou um açoitamento ainda pior. Não era uma reencenação da Paixão. Esse Jesus, também conhecido como "o filho de Ananias", teve um fim mais tranqüilo: por não ter seguidores, o governador o considerou um lunático e o libertou. Mas é um bom exemplo do que as lideranças judaicas e romanas faziam com quem causava desordem em festas e corria mesmo um leve risco de ser tido como o messias. Cristo não foi o único. Sua Palestina judaica, ocupada por Roma desde 63 a.C. era uma terra fértil para rebeldes e messias. "Quando menino, ele provavelmente ouviu histórias sobre Judas Galileu, crucificado por encabeçar uma revolta contra o pagamento de impostos", diz o historiador Gabriele Cornelli, da Universidade Metodista de São Paulo. Não era para menos: os camponeses formavam 90% da população e eram semi-escravos. Do que produzissem, 60% virava tributo para sustentar as elites romana e judaica. Eventuais faltas de pagamento fizeram com que cidades fossem incendiadas e seus habitantes crucificados ou vendidos como escravos. Tanta falta de perspectiva distanciava o povo dos sacerdotes. Abria-se espaço para as seitas chamadas apocalípticas, que apostavam que Deus viria pessoalmente acertar as contas. João Batista, o mais conhecido desses arautos, tinha provavelmente o próprio Jesus entre seus admiradores. Acabou morto pelo governante Herodes Antipas, fantoche do poder romano. Outro homem, conhecido só como Egípcio, juntou uma horda para marchar desarmada sobre Jerusalém, convencendo seus homens de que Deus os faria vencer. Foram massacrados. Mais eficientes eram os sicários, salteadores que esfaqueavam romanos e colaboradores do regime. O auge dessas rebeliões armadas foi entre 66 e 70, com a primeira guerra entre judeus e romanos, mas elas continuaram mesmo depois. O líder, na época aclamado como messias, se chamava Bar Kokhba, mas esse "cristo" ("messias", em grego) também fracassou. Os judeus, banidos, se espalharam pelo mundo ocidental. E o cristianismo também.



Os Evangelhos, historicamente precisos ou não, funcionaram. Foram uma revolução em seu tempo: traziam um Deus todo-poderoso e a promessa de um mundo feliz depois da vida, além de instruções claras de como se chegar lá. Por algum motivo, os cultos pagãos romanos não ofereciam mais respostas satisfatórias para a população. Alguns pesquisadores falam que eles haviam perdido seu mistério, a ponto de se tornar quase um folclore. Outros, que haviam se misturado demais ao governo, associando a autoridade divina à do imperador. Qualquer que seja a resposta, o cristianismo, já separado do judaísmo, surgia como uma nova opção de religião que se adaptava facilmente aos povos de todo o Império.

As mensagens religiosas cristãs não se espalharam sozinhas. Junto com elas foram todas as denúncias contra o judaísmo presentes nas descrições da morte de Cristo. Não dá para dizer que os Evangelhos são anti-semitas – afinal, foram escritos por judeus – mas, quando lidos no resto do Império, passavam uma imagem que poderia facilmente incitar o ódio. "As narrativas da Paixão são a matriz do antijudaísmo cristão e, por fim, do anti-semitismo europeu", diz Crossan. Até que cristãos e judeus pudessem fazer as pazes, seriam quase 2 mil anos de uma história bem violenta.

fontes: Alexandre Versignassi e Rafael Kenski.

2 comentários:

  1. Oi Curioso! Gostaria de fazer algumas ressalvas. Admito que não li o texto até o fim, pq ele é gigante e deu preguiça... kkk Mas, ta aí algumas respostas às suas perguntas:

    - QUEM MATOU JESUS?
    R: Nós. Eu e você. A humanidade matou Jesus. Isso ocorreu, pois Ele foi um sacrifício vivo para que nossos pecados fossem perdoados diante de Deus.

    - QUE PECADO COMETEMOS PARA RECEBER CASTIGO?
    R: Jesus veio para morrer pelos nossos pecados, e não o recebemos como o Messias. Duvidamos dele e o matamos. (Matar Ele já era previsto, pois Deus é onisciente) Este foi o nosso pecado e é o pecado do Judaísmo atual, não acredita que Jesus Cristo foi e é o Messias.

    Assim sendo, pouco importa o nome do capataz que deu a martelada em Jesus. Ele só estava traduzindo a sentença que demos a Jesus quando não o aceitamos como Messias.

    É no que acredito.

    Bju pra vc Curioso!!!

    ; )

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